Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupa Usina Lambari, desativada há anos. A unidade é pertencente ao Grupo Atalla. O objetivo é chamar a atenção das autoridades para a necessidade de diálogo a respeito da reforma agrária.
Segundo o movimento, mil pessoas ocuparam o local de forma pacífica – os membros são de várias partes do Estado, mas principalmente da região. A chegada aconteceu às 6h30, e os manifestantes se instalaram em área cercada da usina.
O acesso ao local se dá pela Rodovia Deputado Amauri Barroso de Souza (SP-304), que liga Jaú a Mineiros do Tietê, na altura do quilômetro 287.
O acesso ao local se dá pela Rodovia Deputado Amauri Barroso de Souza (SP-304), que liga Jaú a Mineiros do Tietê, na altura do quilômetro 287.
A pretensão é ficar no local, sem tempo de permanência definida, até que os órgãos responsáveis abram negociações a respeito da distribuição de terras.
A dirigente estadual do MST presente na ocupação, Manuela Martins, explica que a atividade integra jornada nacional do grupo, realizada simultaneamente em vários Estados brasileiros. “Nossa intenção é que não haja conflito, mas queremos ficar aqui até que haja diálogo”. O movimento demanda mais de 90 mil famílias hoje acampadas em latifúndios ou à beira das estradas.
O local foi escolhido para ocupação por ser pertencente ao Grupo Atalla. Segundo o MST, o grupo tem dívidas referentes a impostos na casa de 5 bilhões, além de dezenas de ações trabalhistas. “Com uma dívida desse montante, a terra poderia ser revertida para reforma agrária”, cita Manuela.
A ocupação tem também o objetivo de criticar a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), promovida pelo governo golpista do interino Michel Temer (PMDB). O MST protesta ainda contra o cerceamento de atividades do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
A reportagem procurou o Grupo Atalla, mas foi informada que ninguém se pronunciaria a respeito do caso. A Raízen tem terras do Grupo Atalla arrendadas naquela área. Em nota, a empresa informa apenas que de fato tem terras arrendadas, mas que os lotes não foram invadidos.
Polícia
A Polícia Militar (PM) esteve no local no início da manhã, cerca de uma hora após a ocupação. Segundo o capitão Sérgio Henrique Murad, comandante da 1ª Companhia da PM de Jaú, quando a equipe chegou à usina, constatou a invasão.
“Eles estavam trancados para dentro. Foi feito um contato verbal, e nada mais”, informa. Não houve intercorrências durante a abordagem. Murad diz que, por ora, a corporação deve aguardar o desenrolar dos acontecimentos. Se houver ordem judicial de reintegração de posse, a PM poderá ser acionada.
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