Em Brasília, trabalhadores protestam contra Temer com traíra e melancia

'Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos' reúne centrais sindicais em luta por direitos e contra retrocessos em nove cidades; em São Paulo, ato atrai 6.000 trabalhadores
por Redação RBA publicado 16/08/2016 15:16, última modificação 16/08/2016 16:23
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Manifestação em Curitiba (reprodução/facebook)
São Paulo – Com um cardápio no qual o prato principal é traíra e a sobremesa melancia, dezenas de sindicalistas ligados à CUT fizeram hoje (16) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, uma manifestação contra o governo interino do presidente Michel Temer e parlamentares.
“Escolhemos como prato a traíra em repúdio a todas traições praticadas contra a presidenta (afastada) Dilma Rousseff, pelo seu vice, Temer, e pelos senadores e deputados que participam deste golpe que está sendo aplicado no país”, disse o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal (Sindsep-DF), Reginaldo Dias.
A melancia foi escolhida como sobremesa em alusão a uma gravação na qual o senador Hélio José (PMDB-DF) teria dito que poderia indicar até "melancia" para cargo público, em meio às negociações por cargos que têm sido feitas junto ao Poder Executivo.
Em São Paulo, pelo menos 6 mil pessoas participaram do ato na manhã de hoje. Os manifestantes permaneceram por cerca de três horas em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, entoando palavras de ordem em favor dos direitos trabalhistas e contra o governo interino de Michel Temer. “Temer já fez anúncios de que pretende mexer na Previdência e na CLT. Não vamos permitir e não há negociação. Não sentamos com governo golpista”, disse o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.
Oito centrais articulam a ação unificada do movimento sindical contra as ameaças de redução de direitos trabalhistas e sociais. CUT, CTB, CSP, CGTB, Força Sindical, Intersindical, NCST e UGT) promovem o Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos, com atos em todo o país. As manifestações acontecem em frente à organizações patronais e reivindicam a manutenção de direitos, como a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), da Previdência e o combate à terceirização.
A partir das 15h, está previsto um outro ato simbólico, no Museu da República, em Brasília, onde um tribunal popular será montado para julgar os políticos.
No Rio de Janeiro, a CUT-Rio irá se incorporar ao ato previamente marcado para as 16h pelo Sindicato dos Bancários, que caminhará pelo Boulevard Olímpico para entregar medalhas irônicas em modalidades em que os banqueiros são campeões mundiais. Apresentações culturais também se darão no percurso.

Um dos maiores desafios do movimento sindical brasileiro hoje é defender os direitos da classe trabalhadora, que estão sendo atacados pelo Congresso Nacional – como o projeto que amplia as terceirizações em todas as áreas de atividade – e pelo governo federal – como ampliação da idade mínima, a equiparação da idade para aposentadoria para homens e mulheres, a desvinculação do piso previdenciário do salário mínimo e o ataque à aposentadoria rural.
Em Pernambuco, manifestantes se concentraram nesta manhã em frente à Petroquímica de Suape, e reuniu os sindicatos dos Metalúrgicos, da Borracha, dos Policiais Civis, do Setor Têxtil e a Federação Única dos Petroleiros (FUP). Após o ato, os presentes seguiram para a Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, onde trabalhadores do campo também cobram direitos.
Ainda em Pernambuco, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram protestos em quatro rodovias federais do estado. De acordo com a organização, os militantes protestam contra o governo interino de Michel Temer (PMDB). O rechaço ao golpe e à gestão provisória do peemedebista é unanimidade em todos os atos. Todas as manifestações registram gritos em coro pedindo a saída de Temer.
Em Alagoas, cerca de mil pessoas se concentraram nesta manhã, em frente ao Centro de Estudos e Pesquisa Aplicada (Cepa), na capital Maceió. Trabalhadores de diversos setores, entre eles petroleiros, servidores federais e trabalhadores do campo rechaçam medidas de austeridade do governo interino. Após reunião, os manifestantes saíram em passeata até a Casa da Indústria, ainda na capital.
Repetindo o ato de São Paulo, trabalhadores baianos realizaram manifestação em frente à Federação das Indústrias da Bahia (Fieb). Em Porto Alegre, o mesmo cenário. Manifestantes rechaçaram o golpe em frente a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).
No Espírito Santo, a luta foi unificada entre sindicatos e movimentos do campo para uma manifestação conjunta na Federação dos Trabalhadores na Agricultura, em Vitória. Em Belém, manifestantes realizaram passeata que reuniu sindicalistas da CUT, CTB, Bancários, Correios, Saúde, Domésticas, entre outras categorias. Tocantins e Paraná também registraram atos nas zonas centrais de suas capitais.
Com Agência Brasil
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