Colapso da Oi, que anunciou nesta segunda-feira um pedido de recuperação judicial de R$ 65 bilhões, afetando bancos públicos e privados, expõe a falência do modelo da privatização brasileira; em 1998, no governo FHC, a antiga Telemar foi comprada pelos empresários Carlos Jereissati e Sergio Andrade, da Andrade Gutierrez, que chegaram ao leilão sem dinheiro, mas acabaram financiados por fundos de pensão estatais; já no governo Lula, a Oi engoliu a Brasil Telecom, que era controlada por Daniel Dantas, para se criar a chamada "supertele nacional"; no entanto, a empresa jamais conseguiu decolar e chega ao calote de forma melancólica – o que causará grandes estragos no sistema financeiro
20 DE JUNHO DE 2016 ÀS 19:31
20 DE JUNHO DE 2016 ÀS 19:31
247 – Em julho de 1998, quando as principais concessionárias de telecomunicações do Brasil foram privatizadas, uma grande surpresa marcou o leilão da antiga Telemar, que era operadora do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Norte e Nordeste. A empresa havia sido comprada por empresários que chegaram ao leilão sem dinheiro. Um grupo capitaneado por Sergio Andrade, da Andrade Gutierrez, e Carlos Jereissati, da La Fonte.
O grupo havia sido organizado pelo notório Ricardo Sergio de Olivera, tesoureiro do PSDB, que, quando flagrado nos famosos "grampos do BNDES", disse agir "no limite da irresponsabilidade". Embora não tivessem recursos para comprar a empresa, Andrade e Jereissati foram financiados por fundos de pensão de empresas estatais e pelo BNDES. Pouco tempo depois, foram chamados de "telegangue" pelo então ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros.
No entanto, graças aos grampos do BNDES, Mendonça de Barros foi derrubado e os sócios privados da Oi continuaram à frente da empresa. Quando veio o governo Lula, as disputas societárias nas telecomunicações abriram espaço para a criação de uma "supertele nacional", unindo a Oi à Brasil Telecom, que era concessionária no Centro-Oeste e na Região Sul. Com isso, o polêmico Daniel Dantas, que controlava a Brasil Telecom, foi afastado, recebendo um valor aproximado de R$ 1 bilhão para sair do setor.
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