Zavascki homologa delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado

Áudio de conversa gravada entre Machado e Romero Jucá levou à queda do ministro na última segunda-feira e há indicativos de mais gravações de reuniões entre ele e outros políticos do PMDB e PSDB
por Hylda Cavalcanti, da RBA publicado 25/05/2016 14:56, última modificação 25/05/2016 14:58
TRANSPETRO E STF / ARQUIVOS
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Sérgio Machado (esq) gravou conversas que podem esclarecer ainda mais os caminhos do golpe. STF libera
Brasília – Depois do vazamento de gravação das conversas comprometedoras entre o ex-presiedente da Transpetro Sérgio Machado e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), divulgadas no último domingo pelo jornalFolha de S. Paulo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki homologou, na noite de ontem (24), a delação premiada de Machado.
Há suspeitas, entre parlamentares, de que a gravação foi feita pelo próprio Machado para negociar sua delação e que também teriam sido entregues à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo ex-diretor da Transpetro, áudios de reuniões mantidas por ele com outros senadores e ex-senadores. É o caso, por exemplo, de Renan Calheiros (PMDB-AL), Edison Lobão (PMDB-MA), Jáder Barbalho (PMDB-PA) e do ex-senador José Sarney.
Na conversa que teve com Jucá e foi amplamente divulgada, Machado – que chegou a ser preso pela operação Lava Jato – reclamou dos rumos da operação e o senador disse que era preciso “estancar a sangria”, referindo-se aos políticos investigados pela operação. A conversa fala, ainda, em um pacto para isso, que seria conseguido com a ascensão do então vice-presidente Michel Temer ao poder, por meio do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
O áudio levou à saída do senador do cargo de ministro de Planejamento, 12 dias depois de ter assumido e abalou o governo provisório de Temer. Ex-líder do PSDB no Senado e posteriormente filiado ao PMDB, no período em que foi parlamentar Machado sempre teve bom trânsito com deputados e senadores dos dois partidos. A expectativa é de que ele possa entregar membros da cúpula do governo Temer, que assumiu o poder com o afastamento temporário de Dilma, e acentuar ainda mais a crise política.
De acordo com informações do STF, com a homologação, a delação passa a ter valor jurídico e novos inquéritos poderão ser abertos para investigar políticos e pessoas sem foro privilegiado.
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