No mesmo dia em que a ONG Oxfam divulgou que as oito pessoas mais ricas do mundo têm a mesma fortuna que a metade mais pobre da população mundial, o ex-presidente Lula lembrou de um tempo em que o Brasil foi exemplo positivo para o planeta; "Durante o governo Lula, o crescimento da renda dos mais pobres foi 3 vezes maior do que a dos mais ricos. Mais de 36 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza", postou o petista em seu Facebook, lembrando de programas como Bolsa Família e iniciativas como a valorização do salário mínimo e a democratização do acesso ao crédito, à moradia, à saúde e à educação
247 - O ex-presidente Lula lembrou nesta segunda-feira 16 de um tempo em que o Brasil foi exemplo positivo para o mundo. Em uma publicação em sua página no Facebook, ele destacou que durante seu governo, "o crescimento da renda dos mais pobres foi 3 vezes maior do que a dos mais ricos. Mais de 36 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza".
"Tudo graças a iniciativas como a valorização do salário mínimo, aos programas sociais como o Bolsa Família e à democratização do acesso ao crédito, a moradia, à saúde e à educação", destacou ainda o petista.
A lembrança de Lula acontece no mesmo dia em que a Organização Não Governamental Oxfam divulgou que as oito pessoas mais ricas do mundo têm a mesma fortuna que a metade mais pobre da população mundial - 3,6 bilhões de pessoas. Em relatório divulgado no anos passado, essa concentração estava com os 62 mais ricos – isto é, cresceu quase oito vezes em um ano, de acordo com a organização.
Confira o texto divulgado pela Oxfam:
Oxfam vai a Davos para alertar que apenas 8 homens possuem
a mesma riqueza que a metade mais pobre do mundo
Estudo, baseado no Credit Suisse Wealth Report 2016 e na lista de milionários da Forbes, será apresentado no Fórum Econômico Mundial
São Paulo 16/01/2017 – Apenas oito homens possuem a mesma riqueza que os 3,6 bilhões de pessoas que compõem a metade mais pobre da humanidade, de acordo com um novo relatório publicado pela Oxfam, apresentado hoje na reunião anual de líderes políticos e empresariais em Davos. O documento Uma economia humana para os 99% mostra que a diferença entre ricos e pobres aumenta a cada edição do estudo, numa velocidade muito maior do que a prevista. Os 50% mais pobres da população mundial detêm menos de 0,25% da riqueza global líquida. Nesse grupo, cerca de 3 bilhões de pessoas vivem abaixo da "linha ética de pobreza" definida pela riqueza que permitiria que as pessoas tivessem uma expectativa de vida normal de pouco mais de 70 anos.
O relatório detalha como os grandes negócios e os indivíduos que mais detêm a riqueza mundial estão se alimentando da crise econômica, pagando menos impostos, reduzindo salários e usando seu poder para influenciar a política em seus países”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam no Brasil.
Os números da desigualdade foram extraídos do documento Credit Suisse Wealth Report 2016. (Veja link abaixo.) Segundo a organização, 1 em cada 10 pessoas no mundo sobrevive com menos de US $ 2 por dia. No outro extremo, a ONG prevê que o mundo produzirá seu primeiro trilhardário em apenas 25 anos. Sozinho, esse indivíduo deterá uma fortuna tão alta que, se ele quisesse gastá-la, seria necessário consumir US$ 1 milhão todos os dias, por 2.738 anos, para acabar com tamanha quantia em dinheiro. O discurso da Oxfam em Davos também mostrará que 7 de cada 10 pessoas vivem em países cuja taxa de desigualdade aumentou nos últimos 30 anos. “Entre 1988 e 2011, os rendimentos dos 10% mais pobres aumentaram em média apenas 65 dólares (US$ 3 por ano), enquanto os rendimentos dos 10% mais ricos cresceram uma média de 11.800 dólares – ou 182 vezes mais”, aponta o documento.
“A desigualdade está mantendo milhões de pessoas na pobreza, fragmentando nossas sociedades e minando nossas democracias. É ultrajante que tão poucas pessoas detenham tanto enquanto tantas outras sofrem com a falta de acesso a serviços básicos, como saúde e educação”, reforça Katia Maia.
O relatório destaca ainda a situação das mulheres que, muitas vezes empregadas em cargos com menores salários, assumem uma quantidade desproporcional de tarefas em relação à remuneração recebida. O próprio relatório do Fórum Econômico Mundial (2016) sobre as disparidades de gênero estima que serão necessários 170 anos para que as mulheres recebam salários equivalentes aos dos homens. Segundo o texto, as mulheres ganham de 31 a 75% menos do que os homens no mundo.
A sonegação de impostos, o uso de paraísos fiscais e a influência política dos super-ricos para assegurar benefícios aos setores onde mantêm seus investimentos são outros destaques do documento da Oxfam.
Sobre a Oxfam – Trata-se de confederação internacional de 20 organizações que trabalham em mais de 90 países, incluindo o Brasil, com o intuito de construir um futuro livre das desigualdades e da injustiça causada pela pobreza. www.oxfam.org.br
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