Alunos de dez escolas estaduais de Bauru (SP) se reuniram em um novo protesto contra as mudanças do ensino médio, proposta pelo atual presidente Michel Temer. De acordo com a organização, 500 estudantes participam do ato na manhã desta quarta-feira (5). Segundo a Polícia Militar são aproximadamente 300 alunos. 
Com faixas e cartazes, o grupo caminhou por cerca de três quilômetros, da Escola Estadual Stela Machado até a Câmara Municipal, na Avenida Rodrigues Alves. De lá, eles seguiram em passeata até à Avenida Nações Unidas, que foi bloqueada por volta das 9h50 no cruzamento com a Rodrigues Alves. Os estudantes sentaram no meio da rua para impedir o trânsito, que ficou bloqueado por cerca de 15 minutos. Logo depois, eles retornaram para Câmara Municipal. A Avenida Rodrigues Alves foi interditada em frente à Câmara. Logo depois, eles retornaram para Câmara Municipal e a Avenida Rodrigues Alves ficou interditada por pouco mais de 20 minutos. O protesto terminou por volta das 10h45.
A principal reclamação dos alunos é que com a reforma, disciplinas como filosofia, sociologia, educação artística e educação física não serão mais obrigatórias no currículo escolar. A partir da nova medida provisória, as disciplinas de língua portuguesa e matemática serão as únicas obrigatórias nos três anos do ensino médio e, assim, o aluno que optar pelo aprofundamento pode dedicar mais tempo para determinados currículos.
Em nota, o Ministério da Educação informou as propostas de reforma no ensino médio são resultados de um debate de dácadas. Afirmou também que tais mudançam deixarão o currículo do aluno flexível e articulado como ensino técnico-profissionalizante e a qualificação.
Confira na íntegra a nota do Ministério da Educação:
"Sobre as mudanças no Ensino Médio, o MEC apresentou na semana passada uma Medida Provisória que cria a base legal para uma reforma deste nível de ensino que é urgente: dados do IDEB recém divulgados mostram uma realidade trágica no ensino médio. As propostas da MP são fruto de um amplo debate acumulado no país nas últimas décadas. Entre as principais mudanças está a possibilidade de o aluno escolher a área em que vai querer atuar profissionalmente, como acontece nos principais países do mundo. As medidas estão sendo preparadas com base em avaliações técnicas rigorosas, e estão alinhadas com aquilo que defendem os maiores especialistas em educação do país. Trata-se de uma mudança fundamental, que deixará o currículo flexível e articulado com o ensino técnico-profissionalizante e a qualificação.
Uma parcela importante dos jovens fica pelo caminho, sem chance nenhuma de um bom futuro. Metade dos que ingressam no ensino médio não se forma. Menos de 20% deles vão para a universidade. Um batalhão entre 15 e 17 anos está fora da escola. O sistema atual não abre caminhos diferentes para pessoas de capacidades e ambições diferentes. Ele fecha portas. Ao propor trajetórias diversas dentro da escola, a reforma defende justamente a igualdade de oportunidade."
Uma parcela importante dos jovens fica pelo caminho, sem chance nenhuma de um bom futuro. Metade dos que ingressam no ensino médio não se forma. Menos de 20% deles vão para a universidade. Um batalhão entre 15 e 17 anos está fora da escola. O sistema atual não abre caminhos diferentes para pessoas de capacidades e ambições diferentes. Ele fecha portas. Ao propor trajetórias diversas dentro da escola, a reforma defende justamente a igualdade de oportunidade."
Protestos
No dia 26 de setembro, os alunos de duas escolas estaduais de Ourinhos (SP) também protestaram contra o atual governo, a corrupção e as mudanças relacionadas ao ensino médio. Participaram do ato os estudantes da Escola Estadual Maria do Carmo Arruda da Silva e Justina de Oliveira Gonçalves.
Em Bauru, estudantes das escolas estaduais Azarias Leite e Vera Campagnani organizaram um protesto nos dias 22 e na última quinta-feira (29). Eles manifestaram em frente às escolas contra a proposta de mudanças no ensino médio e também a favor de mais segurança nas unidades.
Na manifestação do dia 29 de setembro, os alunos invadiram o prédio da Diretoria de Ensino e cantando palavras de ordem. O protesto durou cerca de duas horas e os jovens desocuparam o prédio por volta das 10h20.
* Com informações Carolina Abelin, da TV TEM Bauru.
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