Em entrevista ao programa Diálogos, apresentado pelo jornalista Mario Sergio Conti, nesta quinta-feira (7), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) falou sobre o andamento dos trabalhos da comissão que analisa o pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.
Para a senadora, na comissão o jogo é de cartas marcadas por parte dos parlamentares que apoiam o golpe. Mas quanto ao plenário, a situação pode reverter em favor da democracia.
“No plenário temos muita perspectiva e muita esperança de mudar alguns votos para que a gente consiga barrar isso que, como você disse, consideramos e provamos ser um golpe”, enfatizou.
Vanessa reafirmou a sua defesa pela realização de um plebiscito, pois “num impasse tão duro da nossa democracia e num momento tão difícil como esse, a solução não é Temer”.
“Como disse a presidenta Dilma em sua defesa, ele [Temer] é a própria crise porque entrou pela porta dos fundos. Entra ferindo a democracia. Temos que buscar a solução na população brasileira, por isso defendemos a realização de um plebiscito”, reforçou a senadora, destacando que se a presidenta Dilma perdeu a governabilidade “pelo fato de ter perdido a maioria da Congresso, a solução também não está com o Temer”.
Segundo ela, a “decisão de tirar a presidenta Dilma do poder já vem de muito tempo” e, após demonstrar de forma didática as fragilidades do pedido de impeachment, apontou que “não se trata de crime de responsabilidade as acusações apresentadas”.
Sobre a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados, Vanessa afirmou que “está muito claro que essa decisão não foi tomada hoje”, citando o encontro de Cunha com Temer no último dia 26 de junho.
“Foi uma decisão tomada há mais de uma semana quando esteve com o presidente em exercício Michel Temer e lideranças de outros partidos que chegaram à conclusão de que ele deveria renunciar porque isso facilitaria para salvar o seu mandato. Entrega os anéis para ficar com os dedos”, disse ela, destacando ainda que um dos objetivos da cúpula do PMDB ligada a Temer é “ter um maior controle sobre os deputados, porque o presidente que está lá vem tomando medidas que não agradam”.
Do Portal Vermelho
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