JORNADA MENOR PODE CRIAR EMPREGOS E MELHORAR CONDIÇÕES DE VIDA

Projeto francês, tido como modelo por confederação da indústria, privilegia custos, desconsidera efeitos à saúde e ao tempo do trabalhador para investir em si próprio
por Redação RBA publicado 21/07/2016 15:01, última modificação 21/07/2016 15:40     

São Paulo – Após fala polêmica do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, que insinuou apoiar uma ampliação da jornada de trabalho para 80 horas semanais, sindicalistas rechaçaram as palavras. “Uma pessoa que diz algo assim não pode estar falando sério. O Brasil do século 21 não permite esse tipo de comentário”, afirmou o presidente da Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) de São Paulo, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, em reportagem de Jô Miyagui, no Seu Jornal, daTVT.
Na ocasião, ao lado do presidente interino, Michel Temer (PMDB), Braga fez comparações às reformas trabalhistas francesas, apontando necessidades de remodelar o mercado. No entanto, o presidente da CNI errou, já que no país europeu, o decreto libera o aumento da carga de trabalho para 60 horas. Após repercussão negativa, recuou e disse ter sido mal interpretado.
De qualquer forma, os trabalhadores brasileiros não devem aceitar retrocessos, de acordo com sindicalistas. “Qualquer ser humano que vá trabalhar 60 horas semanais vai ter problema. Vai adoecer, vai correr mais riscos, não vai ter tempo para a família, não vai ter tempo para estudar, nem para o lazer”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.
Os sindicatos defendem, na verdade, uma redução da jornada, que hoje é de até 44 horas semanais. A proposta é de reduzir para 40 horas. A alteração poderia criar quase 2 milhões de empregos, como afirmam os sindicatos. “Uma das vantagens principais, no contexto atual com uma taxa de desemprego de 11%, é a geração de emprego. Em números atuais, 1 milhão e 700 mil empregos podem ser gerados com a redução da jornada de trabalho”, afirma o secretário-geral da CUT-SP, João Cayres.
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