DÚVIDA: Mesmo em situação complicada, Cunha desmente aliado e diz que não renuncia

Deputado afastado usou Twitter para contestar Beto Mansur e afirmou que não tem porta-voz para falar em seu nome. Doleiro Lúcio Funaro, ligado a ele, foi preso esta manhã pela Polícia Federal
por Hylda Cavalcanti, da RBA publicado 01/07/2016 11:06, última modificação 01/07/2016 11:12
PMDB NACIONAL/ DIVULGAÇÃO
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Eduardo Cunha insiste, apesar das denúncias e processos contra ele, que irá se manter deputado
Brasília – Mesmo com a prisão anunciada hoje (1º) do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, que é ligado ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em mais uma etapa da Operação Lava Jato, o parlamentar declarou, por meio de sua conta no Twitter, ainda na noite de ontem (30), que não renunciará à presidência da Câmara e que não autorizou ninguém para falar em seu nome, seja pessoa próxima a ele ou não. Foi uma reação às declarações do 1º secretário da Casa, Beto Mansur(PRB-SP), que poucas horas antes, havia dito na Câmara que tinha conversado com Cunha e que ele estava disposto a renunciar assim que fossem completados dois meses do seu afastamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ou seja, na próxima terça (5).
“Apesar de todo o respeito pela opinião de qualquer deputado, não tenho porta-voz. Eu sempre falei diretamente as minhas posições e mais uma vez reafirmo que não irei renunciar”, escreveu o deputado afastado. A nota de Cunha causou estranheza, até porque Beto Mansur é considerado um parlamentar muito próximo do deputado fluminense e sua declaração tinha sido analisada como um aceno, por parte do parlamentar afastado, de que ele estava revendo sua posição de não renunciar.
A saída de Cunha da presidência da Câmara, conforme tinha dito Mansur, seria uma forma de ele mesmo participar das articulações para a sua sucessão e contribuir com o grupo que ainda o apoio para dar seguimento aos trabalhos, em função das trapalhadas observadas pelo presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA).
De acordo com Mansur, a chamada administração tripartite, formada pelo presidente em exercício, por ele como 1º secretário-geral e pelo segundo vice-presidente, deputado Fernando Lúcio Giacobo (PR-PR), não tem funcionado.  “Precisamos de um presidente eleito que represente todos os deputados. Achei que Giacobo, eu e Maranhão pudéssemos fazer um trabalho conjunto, mas está muito difícil. Não sou melhor do que ninguém, mas não dá para continuar desse jeito”, afirmou.
Mansur ainda disse que a saída de Cunha da presidência da Câmara não representava a sua renúncia ao mandato parlamentar, pelo qual ele afirmou que lutará até o final. Mas adiantaria o rito de tramitação de matérias e a volta da Casa à normalidade, uma vez que, com a renúncia, após um prazo de cinco sessões poderia ser marcada nova eleição para a presidência.

Situação na CCJ

Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, onde tramita o recurso apresentado pela defesa do deputado afastado contra o relatório que pede a sua cassação, o relator, Ronaldo Fonseca (Pros-DF), pediu ao presidente da comissão,  Osmar Serraglio (PMDB-PR), mais prazo para entrega do seu parecer, o que regimentalmente deveria ser feito nesta sexta-feira. Sendo assim, o parecer será entregue na próxima terça-feira, quando deverá ser apreciado.
Parlamentares do Psol já se adiantaram e o partido apresentou um relatório paralelo sobre o recurso de Cunha. O Psol constata que “não houve fragilidade técnica no relatório do Conselho de Ética que pede a cassação do deputado”. Segundo o deputado Ivan Valente (SP) o documento tem por objetivo "vacinar" os membros da CCJ de novas manobras para protelar a cassação do deputado.
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