O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), renunciou ao cargo na tarde desta quinta-feira (7).
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Em pronunciamento, Cunha acusou o governo de Dilma Rousseff de liderar uma "vingança" contra a sua decisão de encabeçar a abertura do pedido de impeachment da petista. "Não tenho dúvida que a principal causa do meu afastamento reside na condução desse processo de impeachment. Estou pagando um preço alto", reclamou.
Segundo ele, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou o pedido de afastamento do parlamentar "logo após" a sua decisão de aceitar o pedido de abertura do impeachment, mas "só foi apreciado em 5 de maio, numa decisão sem qualquer previsão constitucional", incriminou.
Na leitura da carta de renúncia protocolada nesta quinta-feira, o deputado criticou Waldir Maranhão, seu substituto interino. "É público e notório que a Casa esta acéfala, fruto de uma interinidade bizarra. Somente a minha renúncia poderá por fim à essa insatabilidade sem prazo", justificou.
Ao final, com voz embargada, Cunha criticou o que chamou de "perseguição" à sua família, principalmente a mulher e a filha, ambas envolvidas no uso de dinheiro público que Eduardo Cunha teria recebido de forma ilegal. O patrimônio da sua esposa, Cláudia Cruz, saltou de R$ 1,6 milhão para R$ 4,02 milhões em seis anos.
A renúncia, porém, será apenas da presidência da Câmara, em uma tentativa de acalmar os ânimos sobre o seu nome - o relatório que pede a cassação do seu mandato de deputado foi aprovado no Conselho de Ética e está na Comissão de Justiça da Casa. Além disso, o Supremo Tribunal Federal tornou Cunha réu em ação que investiga suaparticipação na Lava Jato.
Desde o início das investigações, ele havia afirmado que não abriria mão do cargo - mas o andamento da Lava Jato e a inclusão de familiares nas denúncias pesou para o parlamentar tomar a decisão. Ele afirmou que continuará brigando para manter o mandato como deputado federal.
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