A Folha “quase” descobre que Temer está “raspando o tacho” até o impeachment


A Folha de hoje começa a acordar para a realidade e publica que “Temer queima reservas para evitar deficit maior do que a meta planejada para o ano” e, mesmo assim, vai ser difícil chegar ao final do ano sem – como dizem especialistas citados pelo jornal– um “tarifaço” que eleve os preços  pelo acréscimo de impostos.
A previsão de que o governo tenha R$ 16, 5 bilhão  de déficit além do previsto é de um “otimismo” que não tem base alguma nos fatos.
Nem nos números, que a imprensa, preguiçosamente, deixou de analisar.
O Relatório de Avaliação de  Receitas e Despesas do Governo, divulgado esta semana, estima uma queda de receita adicional de R$ 10,8 bilhões que, com as transferências menores a Estados e Municípios, dá um saldo negativo de  R$ 7,9 bi .
E prevê um aumento extra de despesa de pouco mais de  R$ 8,6 bilhões.
Dá um aumento de déficit de R$ 16,5 bilhões.
Mas isso é o cálculo da diferença de maio para junho, como se o resto do ano fosse apresentar estabilidade.
Ou seja, supõe que a despesa  não vá ter mais crescimento real e a arrecadação não vá mais ter novas perdas em relação à inflação.
O que, a esta altura, não parece provável, a não ser no discurso otimista do oficialismo.
A “reserva financeira” de mais R$ 2o bilhões que se teria para queimar não existe como reserva orçamentária: é o “floating” de caixa que o governo tem para operar pagamentos.
A “sobra” orçamentária para o ano está reduzida a R$ 1,bilhão, o que é nada para um gasto governamental de mais de R$ 90 bilhão a cada mês.
A situação é muito pior.
Mesmo expurgando a retração da arrecadação do Imposto de Renda, sempre maior em abril, as perdas de receita de abril para maio caíram R$ 10, 3 bilhões.
Cairia “só” isso até o final do ano?
Improvável, quase impossível.
O “rombo extra” decretado por Temer não resiste até outubro.
Henrique Meirelles sabe disso. E por isso está quieto e, quando fala, não deixa de acenar com o “Plano C ” do aumento de impostos.
Meirelles sabe, o Banco Central sabe e o “mercado” sabe, apenas fingem que não.
E você verá, no próximo post, como, além dos impostos, os recursos virão da postergação dos benefícios previdenciários, sem expluir, como cansaram de falar, quem está perto de se aposentar.
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