Postado por Agência PT, em 17 de maio de 2016 às 15:02:16
O ministro da Saúde do governo golpista de Michel TemerRicardo Barros (PP-PR), afirmou, nessa segunda (16), em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, que o País não conseguirá mais sustentar direitos garantidos pela Constituição, como o acesso universal à saúde.
“Em um determinado momento, vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e outros países que tiveram que repactuar as obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las”, afirmou o ministro.
Na entrevista à “Folha”, Barros disse que é recomendável que os cidadãos tenham plano de saúde privado. “Quanto mais gente puder ter planos, melhor, porque vai ter atendimento patrocinado por eles mesmos, o que alivia o custo do governo em sustentar essa questão”.
O maior doador individual da campanha de Barros para deputado federal em 2014, coincidentemente ou não, foi Elon Gomes de Almeida, sócio do Grupo Aliança, uma gigante de planos de saúde, informou a coluna Expresso, da revista “Época”.
Apesar das dificuldades, o Sistema Único de Saúde (SUS) é considerado referência mundial em atendimento universal e gratuito de saúde. O The New England Journal of Medicine, um dos mais importantes semanários da área de saúde do mundo, por exemplo, escreveu que o Brasil promoveu a ampliação do acesso da população à assistência médico pelo SUS e inovou ao aperfeiçoar o atendimento à saúde básica nas comunidades.
“O mundo pode aprender algumas lições com a experiência brasileira”, escreveu o semanário secular.
Não bastasse a polêmica com o SUS, o ministro golpista quer envolver as igrejas na discussão sobre aborto no Brasil. “Vamos ter de conversar com a Igreja. A decisão do ministério não deve provocar resistência ou discussão. Temos de ajustar. Antes de propor uma política para isso, vamos ter de realizar um diálogo muito amplo”.
Além disso, o ministro ainda quer reduzir a participação de estrangeiros no Mais Médicos após as eleições municipais.
Austeridade contra o SUS
Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ministro golpista usa o “discurso comportado da austeridade orçamentária” para prejudicar o SUS com o corte de recursos.
“Sob o discurso de “aperfeiçoar a gestão” do SUS, esconde-se a real intenção de reduzi-lo, diminuí-lo. Afinal, ele custa muito”, diz a senadora.